FBHA discute Megaeventos no Brasil
A Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) realizou nesta segunda-feira (9), o seminário de Turismo e Negócios – o poder dos eventos globais. Faltando pouco mais de dois anos para a Copa do Mundo no Brasil, muito se fala a respeito da capacidade do país em sediar megaeventos esportivos, porém ainda há muitas dúvidas nesse sentido.
Com o objetivo de debater sobre as oportunidades para o turismo geradas pela Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016, o evento reuniu alguns dos principais nomes do turismo no Brasil no Fecomércio, em São Paulo, e trouxe os convidados internacionais, Christopher Rodrigues, chairman do Visit Britain e Geoff Buckley, diretor da KPMG e ex-diretor do Tourism Austrália, para falarem de suas experiências com as Olimpíadas e Jay Neuhaus, diretor de marketing da FIFA para a Copa 2014.
Resto do País – No painel sobre marketing, o palestrante Christopher Rodrigues abordou os desafios enfrentados para se sediar um evento do tamanho das Olimpíadas e Copa do Mundo, e sobre as iniciativas do governo inglês para se aproximar da mídia e divulgar não só Londres como destino turístico nas Olimpíadas, mas o país como um todo. “Queremos que as pessoas saiam das rotas de entrada como São Paulo e Londres e conheçam o resto do país”, disse o chairman do Visit Britain.
Segundo Rodrigues, o governo inglês investiu 25 milhões de libras na campanha GREAT visando promover os vários destinos e as diversas opções de turismo no Reino Unido, como cultura, esportes, business, compras, entre outros. “O investimento deve ser feito com antecedência, para criar um bom relacionamento com a mídia. Começamos a contatar a imprensa e a nos relacionar com a mídia desde os jogos de Pequin e Winnipeg”, afirma Christopher Rodrigues que completou falando sobre a rota da tocha olímpica. “Se vocês prestarem atenção à rota da tocha, verão que ela passa pelos principais pontos turísticos do país de propósito”.
Ressaca – Para o diretor de marketing da FIFA para a Copa 2014, Jay Neuhaus, o Brasil precisa se preocupar com a chamada ressaca pós-copa, aquela sensação de “e agora que acabou?” e focar no legado que o evento deixará tanto na infraestrutura como no conhecimento e visibilidade que a copa irá gerar para o Brasil no exterior em termos de variedade de destinos turísticos, já que o país tem uma grande riqueza que é desconhecida lá fora. “Há outros tesouros, além do Rio de Janeiro, que o turista da copa irá conhecer, e irá querer voltar para conhecer depois da Copa”, afirmou Jay Neuhaus, que disse ainda que devemos nos preocupar com a experiência do torcedor durante os 32 dias da Copa. “O Brasil precisa pensar na experiência que o torcedor terá, não só na infraestrutura e nos hotéis, mas dentro dos estádios, o torcedor precisa ter uma boa comida, boa visão do jogo, conforto e até a diversão com o mascote”.
“Temos muitas vantagens que devem ser aproveitadas, como a diversidade musical e a culinária. Vamos trabalhar as Fan Fests para que o turista sinta-se atraído a voltar”, disse Alexandre Carpenter que elogiou a iniciativa do governo britânico em investir na mídia para as Olimpíadas de Londres esse ano e completou dizendo da importância em unir os visitors brasileiros num objetivo comum. “Estamos focados na infraestrutura, mas precisamos pensar nos visitors trabalhando juntos para captar feiras internacionais para pré-evento, devemos estar atentos e trabalhar em conjunto”.
Um país só tem condições de sediar um grande evento se tiver um turismo robusto, foi o que disse Christopher Rodrigues. Segundo ele ”O grande desafio do turismo é entrar no governo onde muitos acham que fazer turismo é estar numa praia tomando caipirinha”, e continuou dizendo que é prioritário ganhar a percepção da população de que o turismo é um negócio gerador de receita.
Questionada pelo Diário do Turismo sobre o objetivo e as expectativas do evento, Jeanine Pires, presidente do Conselho de Turismo e Negócios da Fecomércio SP, que atuou como moderadora do debate, disse que a Federação começou o evento com o objetivo de discutir as oportunidades e os impactos gerados pelos megaeventos que estão por vir. “A troca de experiência com quem já passou por isso e tem experiência é fundamental para preparar o mercado do turismo brasileiro. Tivemos a participação de quase 400 pessoas e dois convidados internacionais importantes que vieram só para o evento”. disse.
(Por Priscila Pariz, Diário do Turismo, 10/04/2012)
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